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Análise da história do elefantinho desengonçado Dumbo

A história do elefante voador foi escrita por Disney. Um elefante que nasceu com gigantescas orelhas de abano. Isso o tornava motivo de escárnio por parte de todos do circo em que vivia. O filhote “torto” passa a viver com a mãe e ambos sofrem com o seu defeito. Após ter uma crise de fúria contra aqueles que maltratavam sua cria, dona Jumbo, a mãe, é encarcerada. Com isso o elefantinho ficou só, tendo apenas o rato Timóteo como conselheiro.

Análise Da mãe Jumbo: Na modernidade, a maternidade passa a ser projeto prioritário da mãe, valendo a máxima: diga-me como são teus filhos e eu te direi quem és. Hoje o lugar da mãe é visto como algo importante, central, digno de preocupação e ocupação. Na história contada por Disney a mãe aceita seu filhote e briga por ele, mesmo que isso venha a arruiná-la, como foi o caso. Com isso o filho vai sempre se sentir como parte da própria mãe e ele será sua extensão nascísica. Como vemos, as mães nao investem em troca de pouco, logo as loucas fantasias de uma mãe dedicada podem ser alcançadas. Mas com isso existe a angústia de estar no ideal materno e isto ser uma proposta regressiva. Uma possibilidade de se entregar infantilmente à condição de ser objeto da mãe.

Do elefantinho Dumbo: Seu drama começa quando se vê privado dos cuidados da mãe ao ela ser encarcerada, passando a existir o medo da separação. A história termina provando que o defeito de Dumbo era na verdade uma virtude, pois suas enormes orelhas o transformam num elefante voador. O Elefantinho tinha as tais orelhas destinadas a algo maior. Desconhecendo a qualidade que carregava consigo como um fardo, se descobrindo superior aos outros após muitos sofrimentos. Para Dumbo a felicidade está em preencher as expectativas do ideal materno e ser algo grandioso. E o pai de Dumbo? Não se sabe, mas a função do pai é feita pelo ratinho, o Timóteo. Temos um pai desvalorizado, neste caso, minúsculo. A simetria rato-elefante retrata bem o que acontece na função materna-paterna, simbolizando o que sentimos: uma mãe maior do que suportamos e um pai sempre aquém do necessário para barrar a sua potência. Assim o ratinho surge como um conselheiro sábio, mas só quando o destino tira a mãe Jumbo de cena, cujo amor ocupa todos os espaços. Como forma do elefantinho perder o medo de voar, Timóteo cria um objeto mágico, uma peninha. Convencendo-o de quando estiver segurando-o na tromba não cairá. Após um tempo, quando Dumbo já está convencido de seu dom, Timóteo lhe revela que a história da peninha fora um pequeno truque. Não havendo nada mais paterno que esse episódio.

Fonte: Livro Fadas no Divã

Silvia Regina Kusaba Psicóloga CRP 06/100302

 
 
 

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